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17.1.14

Actualização de coordenadas

Será isto o que sempre quis? Ancorada pela condição de mãe, a inquietação de viver no mesmo local sabendo de um mundo imenso despontado em criança, nunca me abandonou. Cruzei-me com uma alma em sintonia e jovens pensamos na Austrália, uns anos depois África e muito mais tarde ilhas que íamos conhecendo, idealizando um negócio local. As férias mantiveram o sonho que nos afastou do conformismo e a oportunidade surgiu há um par de anos vividos noutra realidade e cultura. Trouxe-nos humanidade, usufruindo de tudo ao nosso alcance e valorizando o que nos falta e já tinhamos como garantido, numa adaptação constante do ser humano. 

Não pendurei a última cortina, volto a partir levando no coração os amigos de Sampa e assola-me a angústia de não haver um lugar marcado para o encontro. Voltarei a vê-los?Quero acreditar nas palavras da Adriana "agora teremos mais lugares para nos encontrarmos". Acrescento  um capítulo à vida, um lugar e pessoas.

Vou ao encontro do mar que tanta falta me fez. As ondas embalarão o meu sono e substituirão o despertar do último ano ao som das maritacas. A paisagem de coqueiros, areal e oceano, o da terra vermelha, montanhas e mata atlântica.
O Miguel está feliz com mais um desafio dos grandes, o André por ter o mar à porta e eu sem contactos mas acreditando que é sempre possível recomeçar o trabalho de fotógrafa, estarei duas horas mais perto do Tiago e outras coisas boas surgirão reveladas pela vivência.

Publico este texto na nova casa vazia, aqui na cidade dos Capitães da Areia.

Salvador da Bahia, 17 de Janeiro de 2014







13.2.13

Na nova casa

Este blogue estava mesmo a precisar de um post, depois da longa e complicada mudança, com obras na nova casa e electrodomésticos avariados. Aqui fica o registo "instagramado" do último mês tão intenso de trabalho e relacionamentos.
Há duas semanas que chegamos sem forno, fogão, lava louças, lavadora de roupa, a Fusioncook avariou e o frigorifico também. 
Na segunda-feira num perfeito alinhamento de astros, os instaladores do forno, da internet e da TV, vieram concluir os trabalhos em véspera de Carnaval.
Os animais estão adaptados, o Chuvisco tem mais espaço e o Toró se no início nem saía para o jardim, agora já domina a área.
Adoro a casa [e o por do sol] e o bairro  e os vizinhos que parecem saídos de um filme. Apresentam-se e oferecem bolos, cookies e plantas, que vou retribuindo. 
A vegetação é exuberante e há imensas espécies de aves incluindo papagaios. Ontem acordei com um [domesticado] imitando uma conversa telefónica com um perfeito "tchau tchau" no final. Instantes depois a vizinha do lado chamou-me para finalmente conhecer o badalado sarué preso no seu jardim, atraído pela jabutiqueira. O segurança levou o animal de espécie protegida para a mata numa gaiola e eu voltei para casa decidida a cozinhar.
Primeiro uma tarte de amêndoa para oferecer à vizinha Aparecida e dar-lhe a conhecer a doçaria portuguesa e depois de tanta salada nos ultimos tempos fiz lasanha, pizza, cookies e salame de chocolate [dose dupla].
Com a cozinha a funcionar, os livros aprumados na estante e o local para fotografar escolhido, só falta mesmo seleccionar a primeira receita. 

*as fotos 7, 8  e 11 são do André.

6.10.11

Bavaroise de maracujá

O meu regresso ao Brasil coincidiu com a entrega do contentor estacionado em Santos desde inicio de Agosto. Armazenou as nossas mobílias e demais pertences durante 4 meses (a travessia demora apenas 16 dias).Coincidiu também com a mudança do apartamento para a casa que escolhemos, numa zona verde afastada do bulício de São Paulo. 
Foram duas árduas semanas de limpezas, reparações, pinturas e arrumações e de muita felicidade por construirmos um novo lar :)
A internet está instalada e após algumas alterações na intensidade da corrente a cozinha já funciona.
Enquanto o trabalho prossegue publico a bavaroise que fiz para satisfazer 2 requisitos: o gosto do Miguel por este fruto e o trabalho para a revista Chocolate.

Ingredientes para 10 unidades
6 ovos
5 folhas de gelatina incolor


2 colheres de sopa de Maizena
250g de leite
140g+2 colheres de sopa de açúcar
200 g polpa de maracujá
1 maracujá fresco
natas ou iogurte(opcional)

Preparação
Junte as gemas, 140g de açúcar, a maizena, leite e a polpa numa panela e leve ao lume.
Quando a mistura engrossar, retire do lume e adicione a gelatina hidratada, mexendo bem para dissolver. Deixe arrefecer.
Bata as claras em castelo firme, junte a colher de sopa de açúcar e volte a bater.
Junte o preparado anterior às claras e envolva.
Deite nas taças onde irá ser servido e leve ao frio algumas horas.
Prepare a calda com a polpa de um maracujá:retire as grainhas com a ajuda dum passador e leve ao lume a polpa obtida e uma colher de sopa de açúcar até formar uma calda fraca. Misture as grainhas e mexa para incorporá-las na calda.
Coloque em cada taça uma colher de sobremesa de iogurte ou natas batidas e termine espalhando a calda.Sirva frio.

Usei o maracujá azedo muito diferente do que aparece em Portugal, a casca é amarela, tem o tamanho de uma laranja e o sabor como se adivinha é mais ácido.

2.7.11

Tempos de mudança

Amanhecer, 25 de junho de 2011

Não foi de ânimo leve que decidi partir, abandonar a minha zona de conforto e segurança e deixar  uma parte de mim. Os últimos meses foram tempos de muitas mudanças, emoções, promessas e despedidas.
2011 ficará assinalado como o ano de todas as decisões: demito-me, deixo o meu filho Tiago, os sogros, cunhado(a)s, sobrinho(a)s e todos os meus amigo(a)s.

Para trás ficam a casa  e a rua com nome poético de canto proibido. Na cidade imaginada que ajudei a construir, onde sonhei e consegui viver um dia há 12 anos. A beleza, os recantos e a extensão dos jardins que me atraíram a este local e a magia do rio à porta, que me transmitiu  a serenidade após os dias de trabalho. 

Aqui neste bairro que adoro, os meus filhos cresceram felizes e em segurança em plena cidade. Um deles é agora o guardião deste lugar e conta com a ajuda da Docas e da Giga.

Enquanto sobrevoo o Atlântico rumo à cidade desconhecida que me vai acolher nos próximos anos, a esperança,  a curiosidade (de conhecer outros lugares, povos, culturas e sabores), a expectativa e alguma apreensão invadem-me como uma mistura de especiarias a dosear  em busca de equilíbrio....e volto a sonhar!


Caros leitores o Sabores de Canela vai mudar de país, de continente e até de hemisfério..... à mesa seremos três, contudo continuará escrito no cabeçalho da receita: ingredientes para 4.
Prometo publicar assim que for possível.